segunda-feira, 25 de junho de 2007

Como calar 35 mil macacos...

Ano II - Edição 39/2007

Só pode ser castigo. Depois de perder a Copa Toyota Libertadores para si mesmo, frente a uma equipe nitidamente longe de ser algo espetacular, o Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense foi definitivamente humilhado, sendo obrigado a disputar uma partida do campeonato varzeano. E foi lá na várzea, no aterro, no nosso Salão de Festas que o Imortal Tricolor mostrou, mais uma vez, porque é imortal. E não foi sobre qualquer um. Foi sobre o atual campeão da Copa do Mundo de Clubes da FIFA - este é o nome certo do campeonato, ou seja, não tem nada de campeão do mundo ou algo mais que a dita Copa Toyota - ex-campeão da Copa Toyota Libertadores e ainda coroinha. Foi este verdadeiro fenômeno quem viu o Grêmio mostrar sua imortalidade. Foi esta equipe (equipe?) que sentiu na paleta a vontade, a garra, a vibração e a superação do Tricolor dos Pampas.

Encheram a nossa paciência nos três últimos dias fazendo piadinhas sobre sermos vice-campeões de um campeonato extremamente difícil (tão difícil que o tríplice-coroinha não passou da primeira fase, mesmo sem ter o Veranópolis para atrapalhar). Acharam que poderiam nos desestabilizar com sua mediocridade, com seus gritos vindos de baixo, com seus gestos de pura inveja. Não adiantou nem o presidente Vitório Pífio tentar afastar vergonhosamente nossa torcida do chiqueirão, achando que faríamos algo diferente de alientar. Foram apenas 1.000 borrachos para o aterro. E mesmo assim, fizemos a diferença. A nossa força é maior que qualquer distância. Nossos atletas sentem nossa vibração vinda de qualquer lugar!

E o grande "campeão do mundo FIFA" acabou mordendo a língua, não? O Grêmio, que joga tão mal fora de casa, seis derrotas consecutivas, tendo levado 17 gols e marcado apenas 1, enfrentou o megacampeão, que vinha de vitória sobre vitória (claro que os adversários e as condições eram extremamente duvidosas, né?). Vamos saber como foi essa história?

Tudo começou com o grande Mano Menezes, que voltou a pensar. Escalou Lúcio no meio campo, com Bruno Teles na lateral esquerda, repetindo uma tática que dera certo na decisão do ruralito 2005 (também no Salão de Festas, lembram?). E foi justo esse Lúcio, aos seis minutos de jogo, recebendo um passe primoroso de Clêmer, que marcou um golaço, fazendo os macacos alvoroçarem-se nos seus galhos. Diego Souza, com toda sua astúcia, fez Clêmer nem ver a cor da bola, já na etapa complementar, marcando o segundo tento e deixando os macacos quietinhos... É assim que se cala 35 mil macacos. Com futebol sério, forte, pegado, organizado, bravo, destemido e viril, ou seja, gremista.

E tudo isso com um time misto...

Não ganhamos do Boca, é verdade, mas ganhamos dos boca-aberta! E de quebra, passamos por eles na tabela, acomodando-nos na 12ª posição, reiniciando a escalada rumo ao título. Alguns até podem rir deste "rumo ao título", mas EU ACREDITO! Sei de todas limitações da nossa equipe, mas sei da garra que temos, do nosso poder de supeação (que nem foi necessário hoje, diante da fragilidade do adversário), da nossa seriedade e da nossa vontade. E eles, voltaram à realidade do descenso, caindo posições na tabela de classificação...

Agora todas as fichas estão neste campeonato. O próximo adversário é o Santos FC, que vem à desforra. O jogo é em Santos e eles estão mordido conosco. Então, só cabe muita concentração e vontade, para voltar com algum ponto para casa...

E vamos lá, Grêmio, que mesmo não sendo campeão, o sentimento não se termina!

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