segunda-feira, 14 de maio de 2007

Honra também entra em campo

Ano II - Opinião

- Não penso muito nisso. Não é algo que eu gostaria que acontecesse também. De qualquer forma, sei que vou tentar levar o Grêmio à conquista da Libertadores. (Lucas Leiva, jogador do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, recém negociado com o Liverpool Football Club, falando em matéria do site globo.com, publicado em 14/05/2007 - 14h18min, sobre um possível confronto entre o futuro e o atual clubes em uma possível final do Campeonato Mundial Interclubes).

O desfecho da "novela" da negociação de Lucas Leiva, ao contrário de outra negociação recente envolvendo o Imortal Tricolor e uma revelação de suas categorias de base, ocorreu sem problemas, agradando todas as partes envolvidas na transação. Lucas foi claro, sucinto e direto ao afirmar que buscou todo o tempo um negócio bom não só para ele próprio, mas para o Grêmio, mostrando toda sua força de caráter.

Recusou proposta do Lokomotiv, de Moscou, evitando ir para o ostracismo de um campeonato pequeno e fora da mídia, como o russo, preferindo aguardar por uma proposta decente, realizada por um clube decente, para participar de um campeonato decente. Ele bem que poderia ter ido para o futebol francês, mas preferiu ir para a Inglaterra, onde seu futebol será valorizado e respeitado.

A frase de abertura, dita pelo próprio atleta, demonstra mais uma vez o quanto é grande seu caráter e seu apreço por aquele clube que o revelou ao mundo. Reconhece que deve sua vida profissional ao Grêmio. Não a algum irmãozinho metido a procurador e empresário. Só a possibilidade de enfrentar o clube do coração já é capaz de deixá-lo "arrepiado", pois sabe que seu profissionalismo não permitirá que faça pouco caso do Grêmio.

Completamente diferente daquilo que o mundo inteiro observou em dezembro passado, quando outro jogador revelado nas categorias de base do Imortal Tricolor (que, diga-se de passagem, é e sempre será muito maior do que ele) simplesmente absteve-se de participar ativamente daquela que deveria ser sua partida mais importante como atleta profissional de um clube, decepcionando, mais uma vez, milhões de gremistas. E ainda se declara torcedor do nosso time...

O que importa é que Lucas, assim como Ânderson (para ficar entre os mais recentes), somado a Danrlei e Renato Portaluppi, são gremistas de verdade, que reconhecem quem os projetou para o que foram ou para o que são, sem renegar seus passados. E o que dizer do saudoso Dinho, o cangaceiro cabra-macho do meio campo tricolor, que mesmo criado em outros ambientes, adotou o Grêmio como clube do coração? É de emocionar...

Como conclusão, tiramos a mensagem de que a honra de um jogador leal a seus princípios ainda está acima do dinheiro, seja seu, do empresário ou da família. Um jogador realmente diferenciado como Lucas, não poderia ter atitude diferente. Vai sair do Olímpico pela porta da frente, deixando-a aberta para qualquer retorno, seja uma visita de saudade ou para voltar a vestir o Manto Sagrado Tricolor. E, claro, sempre que vir a Porto Alegre, sabe que será recepcionado pela maravilhosa torcida do Grêmio, que sempre o carregará nos braços. Não será preciso chegar à cidade em horários alternativos e sob fortes esquemas especiais, ditos de segurança, para não sentir-se amedrontado frente a torcedores que não perdoam a falta de lealdade.

Teu nome estará sempre escrito na história do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense. De preferência, no rol de atletas que conquistaram a América!. Bravo, Lucas!

Nenhum comentário: