domingo, 22 de maio de 2011

E tem início o Brasileirão 2011

E o início já foi bom, sob certo aspecto. Em horário proibido para crianças (e pobres, graças ao pay-per-view), o Santos estreou em casa no sábado, às 21 absurdas horas, bastante desfalcado (poupando-se para a Libertadores), contra o fraco representante sulino símio rubro. E do alto de todo seu desfalque, obteve um empate consolador, escancarando a fraqueza que a dita "força vermelha" representa em terras além-Mampituba. Ainda bem que demos uma conquistinha para eles, né?

Agora vamos falar mais sério, porque o que se viu hoje vem se repetindo com frequência descabida. Veja bem: a falta de atitude (talvez excessiva, é verdade) pode ser uma autoproteção diante de algumas situações novas ou inusitadas. O novo normalmente nos coloca em defensiva, com o pé atrás, aguardando uma melhor avaliação do que está acontecendo, para aí sim reagir e fazer acontecer. Será que isso é normal? Não sei. Mas sei que no caso do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, esta nova situação de pé atrás não deve nem mesmo começar! Terminar uma partida com derrota, reclamando da arbitragem (não vi quantos chutes a gol tivemos para ter créditos suficientes para reclamações), e sem nenhum cartão amarelo significa que a equipe não faz seu dever, ainda mais em casa, há tempos. E esta situação não tem sido nova para o Imortal Tricolor.

Desde a partida contra La Católica que o Grêmio apanha, é oprimido pelo adversário, tem jogadores sendo acuados pelos oponentes e sem esboçar o menor poder de reação. Cadê a voz do técnico no vestiário, mandando o time entrar forte, firme, viril em campo e também no adversário? Cadê o ímpeto dos atletas que devem jogar a morrer, sempre? Cadê a magia e a mística do Manto Sagrado Tricolor, que bastava para um jogador, por pior que fosse, vesti-lo para se tornar um gladiador diante das maiores adversidades? Cadê a velha garra, traduzida em imortalidade, do Tricolor dos Pampas, que tanto levou este time a glórias e conquistas?

Queremos ver um time jogando com vontade, com garra, partindo para cima do adversário e, se necessário, partindo o adversário. Corpos no chão, grama voando, disputas fortes, faltas para todos os lados e cartões, senhores, muitos cartões! Faltas e cartões amarelos estão previstos nas regras do futebol e devem, sim, ser utilizados à exaustão. Catimba, força, malícia, malandragem e requintes de violência (apenas o suficiente para parar uma jogada e impor respeito, sem machucar ninguém) devem fazer parte do protocolo de uma partida de futebol daqueles que trajam as imortais listras tricolores. O poder de reação passa pela intimidação, pela desconcentração que deve ser imposta ao adversário desde antes do início da partida. O poder de reação significa respeito, respeito que o adversário deve demonstrar pelo time gaúcho, único, absoluto no mundo da bola.

Estamos com saudades de jogadores raçudos, com espírito copeiro, com alma castelhana, com brios e com vontade de vencer a qualquer custo. Estamos com saudades de uma goleada de 1x0, onde o adversário apenas lamenta e aplaude. Estamos com saudades de jogar pelo regulamento, de comemorarmos um empate classificador ou uma derrota que nos leva adiante.

Cadê os espíritos de Oswaldo Rolla? China? Dinho? Cadê o sangue dado em campo? Lara, De León? Aquela arrancada de Roger na Libertadores de 95, de uma lateral a outra do gramado, desde o meio-campo, para desarmar uma jogada? Cadê a entrega e o espírito de luta?

Ilustres Leitores, temos a obrigação de apoiar ainda mais o nosso Tricolor. Temos o dever de alentar, de cantar, de vibrar e de torcer. E temos a missão de cobrar, pacificamente, que a Direção e a Comissão Técnica devolvam ao Grêmio aquilo de que o Grêmio sempre foi feito. 100% raça! 100% emoção! 100% força!

E vam'bora ao Paraná recuperar os pontos perdidos!

Um comentário:

Anônimo disse...

Rancor: este gremio perder de virada, de novo, ta foda!