segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A Difícil Decisão de Perdoar

Não vai ser fácil, gente. Mesmo que a imprensa afirme que a maior parte da torcida não faz restrições, acho que fatia significativa dos frequentadores das tribunas do Olímpico Monumental pensam como eu: a Família Assis Moreira não é bem-vinda.

Ok. Vamos tentar superar algumas coisas.

Assis, o irmão mais velho, empresário, mentor e guru de Ronaldo, disse que um dia a história da saída de seu irmão caçula viria à tona. Será que não está na hora deste mesmo Assis ir aos microfones e contar ao mundo Tricolor a sua versão dos fatos? Até agora, ao que parece, este silêncio que já perdura por 10 anos tem sido bastante útil e conveniente na vida da família.

Tá. Mas apenas ouvir a versão da história será suficiente para um perdão e uma recepcão de braços abertos? Será que um altíssimo salário no meio de um grupo que tem um teto salarial decretado não gerará um pouco de ciúme? Pode ser que o tiro de marketing venha a sair pela culatra. Abre o olho, Odone!

Porém, temos que considerar ainda outras coisas. As propostas iniciais, segundo a imprensa, vermelha, apontam que Ronaldo não receberá um centavo dos cofres azuis. Será remunerado apenas pela receita que irá gerar ao longo do seu contrato, através de aumento de adesões ao quadro social, exploração publicitária da sua imagem e aumento das vendas de produtos do Imortal Tricolor. Assim, uma das minha condições pessoais estaria atendida: para voltar a vestir o Manto Sagrado Tricolor, esta pessoa deve pagar para jogar no Grêmio, o que parece que irá ocorrer com estas propostas.

Só que ainda tem um "porém", dos grandes: ainda falta, junto com a versão familiar da história, um pedido público de desculpas, tanto pela partida às escuras, como pelo tempo de silêncio.

Atendidos os desejos, podemos analisar o produto: Ronaldo é, sem dúvida, um atleta de primeira linha, diferenciado. Não foi à toa que recebeu os prêmios de melhor jogador do mundo, além do título de Campeão do Mundo em 2002. Claro que só isto não basta. É passado. Sabemos que aquele Ronaldo da Copa de 2002 e do Barcelona não existe mais. A velocidade já não é mais o seu forte. Mas a habilidade e a inteligência em campo, além da liderança adquirida ao longo do tempo, o credenciam a um dos melhores jogadores em atividade no país. Até aqui, bem-vindo, Ronaldo.

Por outro lado, o grande problema foi citado lá em cima, seguido de vários adjetivos. O irmão é o grande vilão nessa história toda, pelo menos até que a verdade chegue até nós. É o grande visionário financeiro da relação do profissional Ronaldo com os clubes. E, ao que tudo indica, os troca ao seu bel prazer, conforme conveniências. Afinal de contas, que razões levaram o grande craque a sair do Grêmio e ir ao Paris Saint Germain? E a saída de fininho do Barcelona para ir ao Milan, para ser reserva? Será que a vinda ao Grêmio é apenas mais uma conveniência? Ou ainda resta um pouco de gratidão pelo clube que projetou a família para o mundo?

Só o tempo dirá...

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