Reta final e tudo segue igual

Fazia muito tempo que eu não comparecia nas tribunas do Estádio Olímpico Monumental. Grande parte por motivos particulares, é verdade. Mas uma parcela significativa era o desempenho do time do Grêmio, muito abaixo da expectativa.

Então, aproveitando um jogo de meio de semana, antecipado da rodada por razões televisivas, em horário esdrúxulo, fui. E na chegada já comprovei uma das maravilhas que a atual direção conseguiu implementar na cultura da torcida: em meio de semana, em horário de Libertadores (esdrúxulo, sim, mas de Libertadores), contra uma equipe que almejava a liderança do certame, o que se poderia esperar do Grêmio, um time que brada aos quatro ventos que pretende - e acredita - chegar no G4? O que vi, Ilustre Leitor, foi um estádio vazio... Grandes visões de concreto no meio da torcida, dos poucos fieis torcedores que ainda se dão ao luxo e ao trabalho de comparecer ao Olímpico Monumental. Apenas treze mil pessoas estavam presentes. E assistindo a partida, pasmem, sentados! Parabéns, Duda Kroeff. Parabéns, Paulo Autuori.

Pelo menos tinha o jogo, né? Um Imortal Tricolor defendendo sua imortalidade de mais de um ano em seus domínios. E o que vimos? Tragédia é pouco...

Paulo Autuori, o cidadão que ocupa a casamata, afirmou que a equipe brigara muito, que fora aguerrida e peristente! Até agora não descobri qual partida o nobre cidadão assisitiu. Com certeza não foi aquela que vi do frio concreto das Sociais. Aquela equipe apática, e nem tão atípica, conseguiu, sim, sair na frente. Mas pouco depois cedeu o empate. Foi um jogo de meio campo, feio, truncado, de muitos passes errados. Até que o São Paulo, em desequilíbrio emocional, teve dois atletas expulsos. Então era de se esperar que em vantagem numérica,o Grêmio partisse para o ataque. E foi o que aconteceu!!! Mas da forma mais desordenada e desqualificada possível... Em mais de 10 minutos que houve tal vantagem, nem uma chance clara de gol foi criada. Nada que assustasse o arqueiro bambi. Talvez as presenças de Tcheco, inoperante como sempre, Perea e Herrera, ambos claramente com saudades de casa (deveriam mesmo retornar aos seus países) explicassem o fraco desempenho do time. Concluindo, o São Paulo estava com nove atletas e o Grêmio, com oito. E a Direção tratando da renovação de contrato com o Tcheco. Parabéns, Duda Kroeff. Parabéns, Paulo Autuori.

E para termos um pouco de alegria, o arrogante timinho da várzea, pedante, que arrota mínimas vantagens, foi a Barueri, no interior paulista, enfrentar um grêmio, o Grêmio Barueri. E como o nome faz a pessoa (ou o clube), abriram as pernas para o grêmio do interior paulista. Numa rodada onde praticamente tudo tinha dado certo para os macacos, desde o relato acima, passando pela derota do Galo Mineiro em pleno Mineirão para o Urubu ascendente, completada pela derrota do Palmeiras frente a um rebaixável que lotou o Maracanã, tendo apenas a vitória do Cruzeiro como "negativa", os varzeanos comprovaram que são realmente um time de chegada: chegar atrasado, chegar quase, enfim, chegar à porta e não conseguir entrar. O empate com o Barueri, com Márcio no gol, aquele goleiro de fibra que defendeu as metas tricolores em más épocas, e sob o comando do inteligentíssimo e extremamente compentente, mui saudoso Luiz Carlos Goiano, eterno meio-campista do Imortal, trouxe os macacos para um puleiro mais baixo, a sexta colocação, a três pontos do G4, aquele que eles sempre frequentaram desde o início do campeonato. Apenas guardando lugar...

A manchete esportiva da Zero Hora de hoje dizia: "Mãos dadas. A reação passa por Lauro". Será que foi ironia do destino a imensa falha e o magnífico frango engolido pelo goleiro símio? A imprensa, vermelha, bem que quis enaltecer o arqueirinho, mas não contava com essa. Aguardo ansiosamente as notícias de amanhã, principalmente depois da entrevista dada pelo atleta, culpando toda a equipe, uma vez que não foram anotados gols; que ele não poderia levar sozinho a culpa pelo resultado. Isso que é união e responsabilidade, né?

Voltando ao Grêmio, na última postagem, o Ilustre Leitor Bagatini fez um comentário pedindo que nós torcedores, até mesmo utilizando este espaço, promovêssemos uma manifestação contra a Direção, exigindo sua saída e novas eleições. Apesar de contar com vocês Ilustres Leitores, acho que esta blog é ainda incipiente e de pouco alcance para tal promoção. Porém, algo que já fiz nesta partida, que claramente chamou a atenção das pessoas, foi vestir o Manto Sagrado Tricolor do lado avesso. Muitas pessoas ficaram olhando para mim, sem saber exatamente o porquê deste gesto. Mas se houver a adesão, logo a imprensa, apesar de vermelha, começará a buscar explicações e utilizará seus meios para divulgar tal manifesto. É um protesto pacífico e silencioso, sem abandonar o Imortal Tricolor, mas afrontando diretamente a atual direção e sua comissão técnica. E a explicação é simples, quando perguntados: protesto contra a atual direção e sua forma de atuar.

Valeu?